A Luta Contra o Pecado - Clodoaldo Machado

Quando aconteceu nossa conversão, imediatamente fomos colocados num campo de batalha. Iniciamos uma guerra que seguirá até o fim de nossas vidas neste mundo. Esta é a guerra contra o pecado. Somente os salvos travam esta batalha. Quando não éramos filhos de Deus, não oferecíamos resistência ao pecado, pelo contrário, Jesus disse que éramos escravos dele e, por isso, sempre o servíamos. "Digo- lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado." (Jo.8.34). No momento de nossa conversão, Jesus nos libertou da escravidão do pecado, nos fez Seus servos e passamos então a ter o pecado como nosso inimigo.
Muitos crentes ignoram este fato e não parecem estar numa guerra. Como escreveu John McArthur: "Hoje, boa parte da igreja visível, parece imaginar que os cristãos devem estar numa diversão, e não numa guerra." (A Guerra pela Verdade. Editora Fiel. p.15). Se somos verdadeiros cristãos, estamos numa grande batalha e esta é uma batalha que requer nossa constante atenção. Ainda que não sejamos mais escravos do pecado, ele continua habitando em nós e quer exercer seu domínio. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, disse que em sua carne não habitava bem nenhum, pois sabia que ali era a habitação do pecado (Rm 7:18,20). Nesta batalha nosso inimigo não está longe, ele está muito perto, está dentro de nós, na nossa carne.
Como então podemos obter vitória nesta tão importante batalha?
Primeiro temos que ter a consciência de que esta batalha existe. Não podemos ignorar esta luta, não podemos ignorar nosso inimigo. Não podemos, de forma alguma, achar que esta é uma luta fácil. Quando um crente não tem consciência desta luta e não reconhece sua dificuldade, mas encara a vida cristã como um mero estilo de vida que escolheu para si, ele perde esta batalha. Sua vida então não reflete o caráter de Deus e Deus não é glorificado por ele. Infelizmente  vemos muitos que se dizem seguidores de Jesus e que não demonstram estar numa batalha. Desejam um evangelho que lhes ofereça muito entretenimento, muita distração, muitas frases de efeito, muita música (e estas sem letras pensadas e refletidas), muita diversão de fato. O caminho em que estão não se parece como aquele apontado por Jesus. Nosso Senhor foi enfático ao dizer que a porta é estreita e o caminho é apertado. "Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela." (Mt 7:13,14). Portanto, não se passa por este caminho como num passeio no bosque. Passa-se, sim, com os olhos bem abertos, vigilantes, observando minuciosamente para não sermos surpreendidos pelo inimigo. É preciso ter a consciência de que estamos numa batalha.
Segundo, é preciso sermos sensíveis à pessoa do Espírito Santo. Ao nos enviar para esta batalha, Deus não nos deixou a sós. Ele deu-nos seu Santo Espírito que sempre está conosco. Jesus disse: "E eu pedirei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco."(Jo 14:16). O que o Espírito Santo faz em nossas vidas? O evangelho de João nos diz que uma das coisas que Ele faz é nos ensinar e nos lembrar de tudo o que temos aprendido. "Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." (Jo 14:26). Em nossa batalha contra o pecado, isto é muito importante. Quando somos lembrados daquilo que temos aprendido é para que pratiquemos e, assim, não soframos a derrota. Por isso, não devemos ignorar esta lembrança que o Espírito Santo nos faz. O apóstolo Paulo escreveu aos tessalonicenses: "Não apagueis o Espírito". (1 Ts 5:19). Por ignorar o agir do Espírito em sua vida, o crente se torna insensível e assim o apaga. Isso nos leva a concluir que muitos crentes podem estar caminhando fora dos padrões de Deus por estarem ignorando o agir do Espírito Santo em suas vidas.
Outra ação do Espírito Santo está relatada em Romanos 8:16: "O próprio Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus."  É uma ação importante dele ao nosso favor. No contexto deste versículo, o apóstolo Paulo está falando de nossa adoção na família de Deus. Ele está dizendo que agora somos Seus filhos e que esta adoção é tão verdadeira que o Espírito Santo testemunha ao nosso favor, afirmando o direito que temos de sermos tratados como filhos de Deus. Isso implica que Deus não deseja que nos esqueçamos de nossa identidade, somos Seus filhos. Termos a consciência constante desta nossa nova identidade ajuda-nos em nossa luta contra o pecado. Quando o pecado quer exercer seu domínio sobre nós, devemos lembrar de quem somos filhos e devemos ser santos como santo é o nosso Pai. Como filho de Deus, devo expressar Seu caráter, deve brilhar em mim Sua luz. Esquecer-me deste fato vai me levar à derrota e Deus não será glorificado.
Portanto, para se obter vitória sobre o pecado, é preciso ser sensível ao Espírito de Deus. Paulo escreveu que não devemos entristecê-lo, ao contrário, devemos fazer a sua vontade. "E Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes  selados para o dia da redenção." (Ef 4:30). Habitando em nós, Ele não nos deixa à vontade para pecar, Ele age e é preciso sermos sensíveis. Por isso Paulo escreveu: "Andai em Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne, porque a carne milita contra o Espírito e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais porventura o que seja do vosso querer." (Gl 5:16,17). Assim, sejamos sempre sensíveis ao Espírito Santo, para que vençamos a batalha contra o pecado.
Por último, em nossa luta contra o pecado, temos a preciosa Palavra de Deus. Nosso Deus não nos envia para a batalha sem nos dar suprimento. Um soldado faminto não terá êxito. Por isso Ele nos alimenta com Seus preciosos ensinos. Não é sem motivo que Pedro escreveu que devemos desejar ardentemente, como crianças recém nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele nos seja dado o crescimento para a salvação (1Pe 2:2) . Sem os ensinos da Palavra sofreremos derrota. O crente que não tem interesse em aprender está perdendo o tempo todo. Deus deu Sua Palavra para que possamos lê-la e meditarmos nela. Não somente isto, mas também nos deu a Igreja para que possamos ser instruídos. Ele dotou pessoas com o dom do ensino que na igreja vão nos ensinar, nos admoestar, nos exortar através da Palavra. Isto vai nos dar forças para que prossigamos firmes nesta batalha.
Temos visto uma reformulação da igreja em muitos lugares. Um novo modelo surgiu no qual o ensino da Palavra de Deus tem sido substituído por outras atividades como teatros, músicas e filmes. Estas coisas não são ruins em si mesmas, mas tornam-se muito nocivas quando são colocadas como substitutas da Palavra de Deus formalmente pregada e ensinada. O método que Deus estabeleceu, no qual um fala e os outros ouvem, tem sido considerado obsoleto por muitos, e a Palavra de Deus tem perdido espaço em muitos arraiais. Paulo ordenou a Timóteo que pregasse a Palavra (2Tm 4:2). Ele deveria falar e outros ouvirem. Este é um expediente que nosso Senhor criou para que sejamos nutridos com Sua Palavra. Não rejeitemos, pois, o alimento espiritual, para que possamos estar sempre firmes em nossa luta. Certamente, sem o  envolvimento com uma igreja local que ensina com firmeza a Palavra de Deus o crente será derrotado.
Temos, portanto uma batalha para travar, porém não estamos sós. Deus tem estado conosco, tem nos dado Seu Espírito e Sua Palavra. Crentes verdadeiros estão sempre atentos, apostos como soldados vigilantes. Lembremos, portanto, que na nossa luta contra o pecado, ainda não temos resistido até ao sangue (Hb 12:4).


Clodoaldo Machado
AutorClodoaldo Machado
É casado com Patrícia Renata e pai de dois filhos, Nathan e Nathalia. Natural de São José dos Campos, SP, onde pastoreia a igreja Batista...
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Posted by Daniel Filho

Trocando uma resolução radical por 10000 pequenas decisões por Paul Tripp





Já contei várias vezes a história do dia em que estava conversando impacientemente com a minha esposa em uma manhã de Domingo, quando meu filho de 9 anos se manifestou:
“Papai, é assim que um homem cristão deveria estar falando com a sua esposa?”
Sarcasticamente, rebati:
“O que você pensa?”
Ele respondeu:
“Não faz diferença o que eu penso. O que Deus pensaria?”
Fui para o meu quarto, e dois pensamentos surgiram imediatamente. Primeiro, meu orgulho foi ferido. Eu quero ser um heróis para o meu filho, e estava envergonhado por ter afetado ele dessa forma com minha atitude e minhas palavras. Mas isso não durou muito. Logo em seguida, pensei “como pode Deus me amar tanto a ponto de me dar uma dose simples de cuidado em meio a esse pequeno e mundano momento no banheiro da família Tripp?”.
Isso é amor em um nível tão magnífico que sou incapaz de capturá-lo em palavras. Não passou de um momento em um cômodo, em uma casa de uma família, em um bloco de uma rua, em uma vizinhança de uma cidade em um estado, em um país de um continente, em um hemisfério de um planeta no universo. Ainda assim, Deus estava presente nesse momento, trabalhando na continuidade da transformação, momento a momento, do meu coração.

Repensando o ritual anual

Por que estou contando essa história? Bem, chegou aquela época de novo. É o assunto dos blogs, artigos de jornal, programas de TV e muitos posts no Twitter. É a época dos ritos anuais de resoluções dramáticas de Ano Novo, impulsionadas pela esperança de mudanças de vida pessoal imediatas e significativas.
Mas a realidade é que poucos fumantes realmente deixaram de fumar por causa de um momento singular de decisão, poucos obesos se tornaram magros e saudáveis por conta de um momento dramático de compromisso, poucas pessoas que estavam com muitas dívidas mudaram seu estilo de vida financeiro porque decidiram assim ao verem o ano velho dar lugar ao novo e poucos casamentos foram transformados através de uma única resolução dramática.
Mudanças são importantes? Sim, de certa forma, são. O compromisso é essencial? É claro! Há formas em que nossas vidas são moldadas pelos compromissos que fazemos. Mas o cristianismo bíblico, cujo centro é o evangelho de Jesus Cristo, não deposita suas esperanças em grande momentos dramáticos de mudança.

Vivendo no mais ordinário

O fato é que o poder transformador da graça é mais um processo ordinário do que uma série de eventos dramáticos. Mudanças pessoais, de vida e de coração, são sempre um processo. E onde esse processo acontece? Ele ocorre onde eu e você vivemos diariamente. E onde nós vivemos? Bem, cada um de nós tem um endereço. Nossas vidas não caminham de momentos grandiosos em momentos grandiosos. Não, nós vivemos na mais ordinária rotina.
Muitos de nós não figuraremos os livros de história. A maioria de nós terá três ou quatro momentos de decisão em nossas vidas, e décadas após nossa morte, as pessoas mal se recordarão de como foram nossas vidas. Eu e você vivemos nos pequenos momentos, e se Deus não for o Senhor dos nossos pequenos momentos e não trabalha para nos moldar em meio a eles, então não há esperança para nós, pois é nesses momentos que nós vivemos.
Os pequenos momentos da vida são profundamente importantes precisamente porque são neles que vivemos e por eles que somos formados. É aqui que eu penso que o “Cristianismo Dramático” nos deixa em apuros. Ele pode nos levar a minimizar o significado dos pequenos momentos da vida e a graça das pequenas mudanças que encontramos lá. E porque minimizamos os pequenos momentos em que vivemos, tendemos a ignorar o pecado que é exposto neles. E então falhamos em buscar a graça que nos é oferecida.
10000 pequenos momentos
Veja bem, a vida não é definida em dois ou três momentos dramáticos, mas em 10000 pequenos momentos. O caráter que foi formado nesses pequenos momentos é o que molda a forma como você responde aos grandes momentos da vida.

O que leva a mudanças pessoais significativas?
10000 momentos de reflexão pessoal e convicção
10000 momentos de submissão humilde
10000 momentos de tolice exposta e sabedoria adquirida
10000 momentos de pecados confessados e pecados abandonados
10000 momentos de fé corajosa
10000 momentos de escolha por obedicência
10000 momentos de abandono do reino do ego e corrida em direção ao reino de Deus
10000 momentos em que abandonamos a adoração à criação e nos entregamos à adoração ao Criador.
E o que faz isso possível? A graça incansável, transformadora e ordinária. Jesus é “Emanuel” não porque ele veio à Terra, mas porque ele fez de você um lugar de habitação para si. Isso significa que ele está presente e ativo em todos os momentos ordinários da sua vida diária.
Jesus é “Emanuel” não porque ele veio à Terra, mas porque ele fez de você um lugar de habitação para si

A obra de resgate e transformação

E o que ele está fazendo? Nesses pequenos momentos, ele está cumprindo todas as promessas de redenção que fez. Nesses momentos esquecíveis, ele está trabalhando para te resgatar de si mesmo e transformá-lo à semelhança dele. Pela graça soberana, ele te coloca nesses pequenos momentos diários, criados para te levar além do seu caráter, sabedoria e graça, para que você possa buscar ajuda e esperança que só podem ser encontradas nele. Em um processo vitalício de mudança, ele está te desconstruindo e reconstruindo novamente – e é exatamente disso que todos nós precisamos!
Sim, eu e você precisamos nos comprometer com a mudança, mas não de uma forma que anseia por grandiosos momentos de transformação, mas de uma forma que encontra alegria no, e é fiel, ao processo diário, e passo a passo, de reconhecer o pecado, confessá-lo, se arrepender, e crer no perdão. E nesses pequenos momentos, nos comprometemos a lembrar das palavras de Paulo em Romanos 8.32:
Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?
Assim, acordamos todos os dias comprometidos a viver nos pequenos momentos das nossas vidas com nossos olhos abertos e nossos corações humildes.

Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo.com 

sexta-feira, 20 de junho de 2014
Posted by Daniel Filho

Como faço para vencer desejos pecaminosos? – R. W. (Bob) Glenn


glenn-desejos
A santificação é um processo lento e difícil e muitas vezes caímos. Então, em vez de ficar dando a desculpa de que “a carne é fraca”, como vencer? Neste vídeo, Bob Glenn nos dá a principal arma contra desejos pecaminosos. Confira:

Transcrição

Por: R W Glenn. © 2012 Redeemer Bible Church. Todos os direitos reservados. Original: R W Glenn Q&A: How do I overcome sinful desires?
Tradução: Alan Cristie. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel – Voltemos ao Evangelho © Todos os direitos reservados. Website: VoltemosAoEvangelho.com. Original: Como faço para vencer desejos pecaminosos? – R. W. (Bob) Glenn
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

6 Sugestões para aprimorar sua leitura

6SugestoesParaAprimorarSuaLeitura
1. Mantenha projetos regulares de leitura. Organizo minhas estratégias de leitura em seis categorias: teologia, estudos bíblicos, vida na igreja, história, estudos sobre culturas e literatura. Sempre tenho alguns projetos em andamento, em cada uma dessas categorias. Seleciono livros para cada projeto, e os leio de capa a capa em um determinado período de tempo. Isso me ajuda a ter disciplina em minhas leituras e me mantém trabalhando em diversas áreas.
2. Trabalhe com porções maiores das Escrituras. Estou terminando uma série de exposições no livro de Romanos, pregando versículo após versículo. Tenho pregado e ensinado diversos livros da Bíblia nos últimos anos e planejo minhas leituras de modo a continuar progredindo. Estou passando para o livro de Mateus, coletando informações e seguindo em frente – ainda não planejei mensagens específicas, mas estou lendo para absorver o máximo possível de obras valiosas a respeito do primeiro evangelho. Leio constantemente obras de teologia bíblica e estudos exegéticos.
3. Leia todos as obras de alguns autores. Escolha com cuidado, mas identifique alguns autores cujos livros mereçam sua atenção. Leia tudo o que eles escreveram, observe como suas mentes trabalham e como desenvolvem seus pensamentos. Nenhum autor pode completar seus pensamentos em um único livro, não importando o quão extenso seja.
4. Adquira uma coleção grande e leia todos os volumes. Sim, invista nas obras de Martinho Lutero, Jonathan Edwards e outros. Estabeleça um projeto para si mesmo e leia toda a coleção. Gaste tempo nisso. Você ficará surpreso em ver que chegará mais longe do que espera, em menos tempo do que imagina.
5. Permita-se ler algo por entretenimento e aprenda a apreciar a leitura através de livros agradáveis. Gosto de muitas áreas da literatura, mas realmente amo ler biografias e obras históricas, em geral. Além disso, aprecio muito a ficção de qualidade e obras literárias conceituadas. Quando garoto, provavelmente descobri meu amor pela leitura através desse tipo de livro. Sempre que possível, separo algum tempo, a cada dia, para fazer esse tipo de leitura. Viva com um pouco de emoção.
6. Faça anotações em seus livros, sublinhe-os; mostre que são seus livros. Os livros são feitos para serem lidos e usados, e não colecionados e mimados. Abra uma exceção para aqueles livros raros dos antiquários, aqueles que são considerados tesouros por causa de sua antiguidade. Não deixe marcas de caneta em uma página antiga, nem use um marcatexto em um manuscrito. Invente o seu próprio sistema ou copie-o de alguém, mas aprenda a dialogar com o livro, com uma caneta na mão. Gostaria de escrever mais sobre este assunto, mas preciso continuar minhas leituras. Retornarei a ele mais tarde. Por agora: Tolle, lege!

Por: Albert Mohler Jr.
OriginalPensamentos sobre leitura; Copyright © Ministério Fiel 2008 Todos os direitos reservados
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Posted by Daniel Filho

O Efeito do Temor Piedoso » Stephen Yuille



Nesta mensagem o Pr. Stephen Yuille continua a abordar a questão do temor a Deus e da luta do cristão no seu enfrentamento diário a duas questões fundamentais com as quais ele lida:

1. O pecado como prazeroso;
2. O pecado como desagrado à vontade de Deus.

Todos os dias enfrentamos tentações de toda espécie na qual cada uma dessas verdades estará desempenhando o seu papel. A questão é que quando nos deparamos com uma tentação, qual dessas duas verdades irá vencer? E a resposta é "Vencerá aquela verdade que for mais prezerosa para nós naquele momento". Isso resultará na seguinte questão: "o efeito do temor piedoso".

Quando há o verdadeiro temor piedoso naquele que serve a Deus, o efeito desse temor certamente levará à obediência. Como exemplo desse efeito, o Pr. Yuille expõe o texto de I Samuel, capítulo 12, v. 14, 24. Assista ao vídeo e ouça mais...



Fonte: http://www.os-puritanos.com/

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A Piedade e a Igreja - Joel Beeke



pietas de Calvino não subsistia à parte das Escrituras ou da igreja. Pelo contrário, era fundamentada na Palavra e nutri­da na igreja. Embora tenha rompido com o absolutismo da Igreja de Roma, Calvino tinha um elevado ponto de vista sobre a igreja. "Se não preferimos a igreja a todos os outros objetos de nosso in­teresse, somos indignos de ser contados como membros da igreja", ele escreveu.

Agostinho dissera: "Aquele que se recusa a ter a igreja como sua mãe, não pode ter a Deus como seu Pai”. Calvino acrescentou: "Não há outra maneira de entrarmos na vida, se esta mãe não nos conce­ber em seu ventre, der-nos à luz, alimentar-nos em seu seio e, por último, não nos manter sob os seus cuidados e orientação, até que, despidos desta carne mortal, nos tornemos como os anjos". À parte da igreja, há pouca esperança de perdão dos pecados ou salvação, Calvino escreveu. Sempre é desastroso deixar a igreja.(1)

Calvino ensinava que os crentes estão enxertados em Cristo e sua igreja, pois o crescimento espiritual ocorre na igreja. A igreja é a mãe, educadora e nutridora de todo crente, visto que o Espírito Santo age na igreja. Os crentes cultivam a piedade por meio do Espí­rito Santo mediante o ministério de ensino da igreja, progredindo da infância espiritual à adolescência e à maturidade em Cristo. Eles não se graduam na igreja enquanto não morrem.(2) Essa educação vitalícia é oferecida numa atmosfera de piedade genuína, uma at­mosfera na qual os crentes cuidam uns dos outros em submissão à liderança de Cristo.(3) Essa educação encoraja o desenvolvimento dos dons e do amor uns dos outros, uma vez que somos "constrangidos a receber dos outros".(4)

O crescimento na piedade é impossível sem a igreja, porque a piedade é fomentada pela comunhão dos santos. Na igreja, os cren­tes "se unem uns aos outros na distribuição mútua dos dons".(5) Cada membro tem o seu próprio lugar e dons para serem usados no corpo.(6) Idealmente, todo o corpo usa esses dons em simetria e propor­ção, sempre reformando e desenvolvendo em direção à perfeição.(7)

A PIEDADE DA PALAVRA
A Palavra de Deus é central ao desenvolvimento da piedade no crente. A piedade genuína é uma "piedade da Palavra". O modelo relacional de Calvino explica como.

A verdadeira religião é um diálogo entre Deus e o homem. A parte do diálogo que Deus inicia é a revelação. Nisso, Deus vem ao nosso encontro, fala conosco e se nos torna conhecido na pre­gação da Palavra. A outra parte do diálogo é a resposta do homem à revelação de Deus. Essa resposta, que inclui confiança, adoração e temor reverente, é o que Calvino chama de pietas. A pregação da Palavra nos salva e nos preserva, enquanto o Espírito nos capaci­ta a apropriar-nos do sangue de Cristo e responder-Lhe com amor reverente. Por meio da pregação de homens dotados de poder pelo Espírito Santo, "a renovação dos santos se realiza, e o corpo de Cris­to é edificado", disse Calvino.(8)

A pregação da Palavra é o nosso alimento espiritual e o remédio para nossa saúde espiritual. Com a bênção do Espírito, os pastores são médicos espirituais que aplicam a Palavra à nossa alma, assim como os médicos terrenos aplicam remédio ao nosso corpo. Com a Palavra, esses médicos espirituais diagnosticam, prescrevem re­médios e curam doenças espirituais naqueles que estão contami­nados pelo pecado e pela morte. A Palavra pregada é um instru­mento para curar, limpar e tornar frutífera nossa alma propensa a enfermidades.(9) O Espírito, ou "o ministro interior", desenvolve a piedade usando o "ministro exterior" na pregação da Palavra. Con­forme disse Calvino, o ministro exterior "proclama a palavra falada, e esta é recebida pelos ouvidos", mas o ministro interior "comunica verdadeiramente a coisa proclamada... que é Cristo".(10)

Para desenvolver a piedade, o Espírito usa não somente o evan­gelho para produzir fé no profundo da alma dos seus eleitos, como já vimos, mas também a lei. A lei promove a piedade de três maneiras:

1. A lei restringe o pecado e promove a justiça na igreja e na socie­dade, impedindo que ambas cheguem ao caos.

2. A lei disciplina, educa, convence e nos move de nós mesmos para Jesus Cristo, o fim e o cumpridor da lei. A lei não pode nos levar a um conhecimento salvifico de Deus em Cristo. Pelo contrário, o Espírito Santo usa a lei como um espelho para nos mostrar nossa culpa, nos privar da esperança e trazer-nos ao arrependimento. Ela nos conduz à necessidade espiritual que gera a fé em Cristo. Esse uso convencedor da lei é essencial à pie­dade do crente, pois impede a manifestação da justiça própria, que é inclinada a se reafirmar até no mais piedoso dos santos.

3. A lei se torna a norma de vida para o crente. "Qual é a norma de vida que Deus nos outorgou?" Calvino pergunta no catecismo de Genebra. E responde: "A sua lei". Posteriormente, Calvino disse que a lei "mostra o alvo que devemos ter em vista, o objetivo que devemos perseguir; e que cada um de nós, de acordo com a medida de graça recebida, pode se esforçar para estruturar sua vida em harmonia com a mais elevada retidão e, por meio de es­tudo constante, avançar cada vez mais, ininterruptamente.(11)

Calvino escreveu a respeito do terceiro uso da lei na primeira edição de suas Institutas: "Os crentes... se beneficiam da lei porque dela aprendem mais completamente, cada dia, qual é a vontade do Senhor... Isto é como se um servo, já preparado com total disposi­ção de coração para se recomendar ao seu senhor, tivesse de des­cobrir e considerar os caminhos de seu senhor, para se conformar e se acomodar a estes. Além disso, embora sejam impulsionados pelo Espírito e mostrem-se dispostos a obedecer a Deus, os crentes ainda são fracos na carne e prefeririam servir ao pecado e não a Deus. Para a nossa carne, a lei é como uma chicotada em uma mula ociosa e obstinada, uma chicotada que a faz animar-se, levantar-se e dispor-se ao trabalho".(12)

Na última edição das Institutas (1559), Calvino é mais enfático a respeito de como os crentes se beneficiam da lei. Primeiramente, ele diz: "Este é o melhor instrumento para os crentes aprenderem mais completamente, a cada dia, a natureza da vontade do Senhor, a qual eles aspiram, e para confirmá-Los no entendimento dessa vontade". Em segundo, a lei faz o servo de Deus, "por meio de me­ditação freqüente, ser despertado à obediência, ser fortalecido na lei e restaurado de um caminho de transgressão". Calvino conclui que os santos devem prosseguir desta maneira, "pois o que seria menos amável do que a lei, com importunações e ameaças, atribular as almas com temor e as afligir com pavor?"(13)

O ponto de vista que considera a lei primariamente como um guia que estimula o crente a apegar-se a Deus e a obedecer-Lhe ilustra outra instância em que Calvino difere de Lutero. Para Lute­ro, a lei é primariamente negativa. Está ligada ao pecado, à morte e ao diabo. O interesse predominante de Lutero é o segundo uso da lei, o uso convencedor ― mesmo quando ele considerava o pa­pel da lei na santificação. Por contraste, Calvino entendia a lei como uma expressão positiva da vontade de Deus. Como disse John Hesselink: "O ponto de vista de Calvino podia ser chamado de deuteronômico, porque ele entendia que o amor e a lei não são contrários, e sim correlatos".(14) Para Calvino, o crente segue a von­tade de Deus, não motivado por obediência obrigatória, e sim por obediência agradecida. Sob a tutela do Espírito, a lei produz grati­dão no crente; e esta conduz à obediência amorosa e à aversão ao pecado. Em outras palavras, para Lutero o propósito primordial da lei era ajudar o crente a reconhecer e confrontar o pecado. Para Calvino, o propósito primário da lei era levar o crente a servir a Deus motivado por amor.(15)

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Extraído do livro Vencendo o Mundo, Joel Beeke, Editora FIEL, pgs. 53-57
Notas:
1.Institutes. 4.1.1, 3-4. Ver também BEEKE, JoelR. Gloriouslhings of Thee Are Spoken: The Doctrine of the Church. In: KISTLER, Don (Ed.). Onward, christian soldiers: protestants affirm the church. Morgan, Pa.: Soli Deo Glory, 1999. p. 23-25.
2.Institutes.4.1.4-5.
3.Commentary, Salmos 20.10.
4.Commentary, Romanos 12.6.
5.Commentary, 1 Coríntios 12.12.
6.Commentary, 1 Coríntios 4.7.
7.Commentary, Efésios 4.12.
8.Commentary, Salmos 18.31; 1 Coríntios 13.12. Institutes, 4.1.5, 4.3.2.
9.Sermons ofM. John Calvin, on the Epistles ofS. Paule to Timothie and Titus (1579). L. T. (Trad.). Edinburgh: Banner of Truth Trust, 1983. Comentário em 1 Timóteo 1.8-11. Daqui para frente a nota dirá Sermon e citará o texto bíblico. Reimpressão fac-símilar.
10.REID, J. K. S. (Ed.). Calvin: theological treatises. Philadelphia:Westminster Press, 1954. p. 173. Ver também ARMSTRONG, Brian. lhe Role of the Holy Spirit in Calvin's Teaching on the Ministry. In: DEKLERK, P. (Ed.). Calvin and the Holy Spirit. Grand Rapids: Calvin Studies Society, 1989. p. 99-111.
11.BEVERIDGE, Henry; BONET, Jules (Eds.). Selected works of John Calvin: tracts and letters. Grand Rapids: Baker, 1983. 2:56,69. Reimpressão.
12.Institutes of the Christian religion: 1536 edition, p. 36.
13.Institutes. 2.7.12. Calvino extrai dos salmos de Davi grande apoio para esse terceiro uso da lei. Ver também Institutes 2.7.12 e Comentário no livro dos Salmos, Valter Martins (Trad.), Vol. 4. (São José dos Campos: Editora Fiel, prelo 2009).
14.HESSELINK, I. John. Law - lhird Use of the Law. In: McKIM, Donald K. (Ed.). Encyclopeadia of the reformed faith. Louisville:Westminster/ John Knox, 1992. p. 215-216. Ver também:- DoWEY JR., Edward A. Law in Luther and Calvin. Theology Today, 41.2 (1984).- HESSELINK, I. John. Calvin's concept of the law. Allison Park, Pa.:Pickwick, 1992. p. 251-262.
15.BEEKE, Joel; LANNING, Jay. Glad Obedience: The Third Use of the Law. In: KISTLER, Don. Trust and obey: obedience and the Christian. Morgan, Pa.: Soli Deo Gloria, 1996. p. 154-200.- GODFREY, W. Robert. Law and Gospel. In: FERGUSON, Sinclair B.; WRIGHT, David F.; PACKER, J. I. (Eds.). New dictionary of theology. Downers Grove, 111.: InterVarsity Press, 1988. p. 379.

A Importância do Culto Público - David Clarkson (1622-1686)

Os Puritanos – Culto público ou privado?



Ninguém jamais ensinou sobre piedade pessoal como os Puritanos. Foi uma geração de gigantes jamais repetida na história da igreja. Cada parte da vida foi exaustivamente saturada com a Verdade da Palavra de Deus ao máximo. Suas obras são gigantescas em tamanho, conteúdo e quantidade.


Agora, como eles responderiam a uma pergunta do tipo: “Se você tivesse que escolher entre a leitura particular da Bíblia, oração, louvor... ou ir a um culto público na e com a igreja, o que você escolheria?”


Os Puritanos escolheriam o culto. Não é surpreendente? Nós sabemos e conhecemos da ênfase maciça dos Puritanos na devoção privada e à piedade pessoal. Mas eles avaliavam realmente o culto público ainda com um peso muito maior. Por exemplo, David Clarkson (1622-1686), colega e sucessor deJohn Owen (1616-1683 – que foi o maior teólogo Puritano) – pregou um sermão sobre o Salmo 87.2 – “O Senhor ama as portas de Sião, mais do que todas as habitações de Jacó.” -  que foi intitulado – Adoração pública deve ser preferida à privada – e deu, entre muitas, em seu longo sermão – 12 razões para isso:


1. O Senhor é mais glorificado pelo culto público do que pelo privado.

Deus é glorificado por nós quando nós reconhecemos que Ele é glorioso, valioso e o deleite supremo, e Ele é mais glorificado quando esse reconhecimento é o mais público possível.


2. Há mais da “presença’ do Senhor no culto público do que no privado.

Ele está presente com o seu povo no uso do culto público de uma maneira especial: mais efetivamente, constantemente, e intimamente. Podemos vê-lo glorificado como um prisma reflete a luz de várias formas surpreendentes na vida de cada redimido reunido conosco como igreja de Cristo. Vemos algo mais profundo da sua multiforme sabedoria na salvação, glória...


3. Deus se manifesta mais claramente no culto público do que no privado.

Por exemplo, em Apocalipse, Cristo manifesta-se "no meio das igrejas." -


4. Há vantagem mais espirituais no uso do culto público.

Qualquer que seja o benéfico espiritual encontrado nos deveres particulares, muito mais pode ser esperado de adoração pública, quando utilizado corretamente: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo...” - Efésios 4:12-15


5. O culto público é mais edificante do que privado.

Em privado você fornece e edifica a si mesmo para o seu próprio bem, mas em público você faz o bem – ou seja, é parte da edificação e estímulo, faz o bem no sentido pleno do evangelho, tanto para si mesmo, como para os outros.


6. O culto público é a melhor garantia contra a apostasia do que privado.

Todo aquele que rejeita o culto público, independentemente dos meios particulares que ele goste, está em perigo de apostasia: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, Do qual todo o corpo, bem ajustado...” - Efésios 4:12-16


7. O Senhor trabalha suas maiores obras em culto público.

Conversão, regeneração, etc, são normalmente realizadas de maneira muito mais abundantes através de meios públicos. Esta é toda a história do Novo Testamento.


8. A adoração pública é a semelhança mais próxima do céu que temos aqui.

Nas representações da Bíblia do céu, não há NADA feito em privado, nada em secreto; toda a adoração gloriosa mostrada nele, é algo público. Todos juntos,uma multidão com uma voz: “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus” – Apocalipse 7.9-11


9. Os servos mais renomados de Deus (Apóstolos e profetas) tem preferido o culto público antes do privado.

Como seria mais seguro para todos eles cultuarem a Deus de maneira privada. Mas o Senhor não retira as ordenanças públicas, apesar dos perigos. O culto público era mais precioso para os apóstolos do que a sua segurança, liberdade e a vida.


10. A adoração pública é o melhor meio para a aquisição das maiores misericórdias, prevenção e remoção dos maiores julgamentos.


11. O precioso sangue de Cristo é o mais exaltado na adoração pública.

Culto privado era exigido e executado por Adão e sua posteridade, mesmo quando ainda ele estava em um estado de inocência, mas a pregação pública do Evangelho e a administração dos sacramentos têm uma dependência necessária na morte de Cristo.


12. As promessas de Deus são dadas mais para o culto público do que privado.


Há mais promessas a na Bíblia ao culto público do que ao privado, e até mesmo as promessas que são feitas para funções privadas, são mais aplicáveis ​​e mais poderosas na adoração pública.

David Clarkson (1622-1686).

O sermão de Clarkson é longo – ampliando ao máximo cada ponto.



Fonte http://www.josemarbessa.com/

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